O real desenvolvimento dos embriões vertebrados

Embora seja verdade que os embriões de vertebrados são um pouco semelhantes em certa fase do desenvolvimento, nas primeiras fases eles são radicalmente dissimilares. Depois da fertilização, embriões animais sofrem um processo chamado "divisão", onde o ovo fertilizado divide-se em centenas ou milhares de células separadas e , nesta fase, cada grupo principal de animais segue um padrão distinto, entre vertebrados, por exemplo, peixes, mamíferos, pássaros e répteis são muito diferentes (Gilbert, S. F.: 1994. Developmental Biology, 4th ed. Sunderland, MA.: Sinauer Associates).

Na fase "gastrulação" as células dos embriões animais movem-se e se reorganizam para gerar tecidos e estabelecer a estrutura geral do corpo. As conseqüências deste processo são tão significantes que o embriólogo Lewis Wolpert escreveu que "não é o nascimento, matrimônio ou morte, mas a gastrulação que verdadeiramente é o evento importante em sua vida" (Wolpert, L.: 1991. The Triumph of the Embryo. Oxford: Oxford University Press, p. 12). Como os padrões de divisão, padrões de gastrulação variam notadamente entre os principais grupos de animais, inclusive as classes diferentes de vertebrados (Elinson, R. P.: 1987. Change in Developmental Patterns: Embryos of Amphibians with Large Eggs. In Development as an Evolutionary Process,ed. R. A. Raff and E. C. Raff, Vol. 8, pp. 1-21. New York: Alan R. Liss).

Somente depois da fase de gastrulação, os embriões de mamíferos, pássaros, peixes e répteis começam a se assemelhar um ao outro. Na fase "faríngula", todos os embriões vertebrados parecem vagamente com um peixe minúsculo, com uma cabeça proeminente e um rabo longo. A região do pescoço dos embriões vertebrados, tem, nesta fase, minúsculos cumes e entalhes que os recapitulacionistas dizem ser fendas de brânquias. nas fases posteriores à "faríngula" os embriões tornam-se bem dissimilares.

É fato bem estabelecido que o embrião humano (e dos outros mamíferos), nunca tem brânquias em qualquer sentido da palavra. A absurda noção de existência de brânquias é baseada na presença de cumes e entalhes na região do pescoço do embrião (chamados arquéias faringeais e bolsas), que têm uma semelhança superficial com brânquias. Enquanto arcos visualmente semelhantes desenvolvem-se como brânquias em peixes, o desenvolvimento dos arcos em mamíferos não tem nada em comum com brânquias e nem mesmo com o sistema respiratório, eles se transformam em parte da face, músculos de mastigação e expressão facial, ossos do ouvido mediano e glândulas paratiróides (Lehman, H. E.: 1987, Chordate Development, 3d ed. Winston-Salem, NC: Hunter Textbooks). Comparar estes arcos e bolsas com brânquias, é o mesmo que comparar uma bola de ping-pong com um ovo de galinha, a aparência é apenas superficial.

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